As festas dos Santos Populares voltaram a Lisboa. Durante o mês de junho, Lisboa enche-se de arraiais e festas espalhados pelas ruas dos bairros tradicionais. E na grande Avenida da Liberdade os bairros apresentam orgulhosos as suas marchas. Mas, de onde vem esta tradição tão antiga?
Santos Populares de Lisboa: a história de Santo António
Santo António nasceu por volta de 1195, junto à Sé de Lisboa, no seio de uma família nobre. O seu nome de batismo é Fernando Martins de Bulhões. António é o seu nome religioso, que adquiriu quando ingressou na Ordem Franciscana. Viajou muito a espalhar a sua fé e ficou conhecido pelas suas qualidades de pregador.
Morreu a 13 de junho de 1231 em Pádua, Itália. Por isso é conhecido por Santo António de Pádua. Foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 1232 e é um dos santos mais populares da Igreja Católica.
Santo António é o santo padroeiro de muitas profissões e, também, das causas perdidas. Mas é muito conhecido por interceder pelos namorados, fama que é muito levada a sério em Lisboa. Tanto que os Casamentos de Santo António são um ponto alto da festa dos Santos Populares de Lisboa.
Onde nasceu Santo António?
A Igreja de Santo António foi erigida no local da casa onde nasceu e passou a sua infância. Ao lado, o Museu de Santo António dá a conhecer o santo e a sua relação com Lisboa, onde viveu até aos 20 anos.
O dia de Santo António comemora-se a 13 de junho, a data da sua morte, feriado em Lisboa.
Todo o mês de junho é de comemoração dos santos populares de Lisboa, mas o auge das festas acontece na noite de 12 de junho. É a noite das Marchas Populares, na Avenida da Liberdade, e dos arraiais por toda a cidade. Nessa noite, a cidade enche-se de música, de cor e alegria. Na avenida vê-se passar as marchas, com os grupos a representarem os bairros da cidade. Pelas ruas mais tradicionais há festas e arraiais dos santos populares, sardinha assada e muita música.
Origem das festas dos santos Populares de Lisboa
Não se sabe bem a origem das festas dos santos populares de Lisboa. Mas a realidade é que os arraiais que acontecem pelos bairros históricos da cidade são uma prática centenária, já relatadas no século XVII. As danças, as músicas, os balões e foguetes são muito antigas e coincidem com o Solstício de Verão.
As Marchas Populares são acontecem na Avenida da Liberdade na noite de 12 de junho. A primeira edição foi em 1932, um concurso com ranchos folclóricos entre bairros, organizado por Leitão de Barros. Depressa, o concurso cresceu e hoje já conta com mais de 20 bairros participantes. Os bairros passam grande parte do ano a preparar as roupas e as coreografias para brilhar nesta noite.
Arraiais, sardinhas e manjericos
A noite é de festa dos santos populares de Lisboa e pelos bairros da cidade, com muita sardinha, música e manjericos! A sardinha assada é um ícone gastronómico de Lisboa. É o pitéu das festas populares e uma refeição típica da cidade e do país nos meses de verão. A sardinha quer-se pequenina, com gordura e comida em cima de uma fatia de pão caseiro. Uma delícia!
O manjerico é a “erva dos namorados”. Noutros tempos, os rapazes ofereciam um manjerico com uma quadra popular às suas namoradas por altura do Santo António. Esta tradição ficou para sempre ligada às festas de Lisboa.
Como cheirar o manjerico!
O manjerico é uma erva aromática muito sensível. E há uma regra, ou um mito, sobre a forma correta de a cheirar. Não pode cheirar diretamente com o nariz, é preciso tocar na planta e, depois, sentir o cheiro na mão. Assim dura mais tempo.
Em 2023 a festa dos Santos Populares regressa à cidade
2023 promete ser memorável durante o mês de junho. São muitas as festas, arraiais e concertos dos santos populares organizados por toda a cidade. É só seguir o roteiro e aproveitarem as noites de verão para se divertirem.
Viva o Santo António!
Sabiam que?
Santo António não é o padroeiro de Lisboa.
O padroeiro oficial da cidade é São Vicente, um mártir espanhol que viveu no século III e foi morto por renunciar aos deuses pagãos romanos.
Os restos mortais de São Vicente foram por várias vezes colocados em perigo. Apenas descansaram em segurança quando D. Afonso Henriques trouxe as suas ossadas para Portugal.
Reza a lenda que dois corvos acompanharam o barco que transportava o corpo de São Vicente durante toda a viagem. Hoje, estes corvos são um dos símbolos da cidade.
Sugestões para mais dias bons a passear por Lisboa:
Uma visita ao Castelo de São Jorge;
Passar uma tarde de brincadeira nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.